sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Não sou um poeta nem um grande escritor...
Mas minhas palavras estão cobertas de sinceridade...

Sapatos Velhos

Meus dedos estão de fora do sapato velho que já foi calçado por um louco que nem sabia onde morava mesmo só sabia que era um lugar lindo e cheio de flores cor de rosa eu estava perto da esquina que corta a rua entrelaçada e pintada de verde que foi palco da destruição em massa que aconteceu há alguns dias lá onde eu nem sei perguntaram por que digo que sai de férias pra não voltar pra lá sem lembranças mesmo nada pra guardar só uma foto que carregava na carteira cortada ao meio tampando um anjo que estava comigo no dia que acordei cedo fiz a barba vesti meu terno e fugi dos vermes de farda me escondendo debaixo da ponte sem motivo nem estava sendo procurado acho que me caçavam porque eu pensava diferente vivia diferente e tudo que é diferente aqui é destruído pelos que comandam essa mentira e tiraram meus quadros que pintei e jogaram tudo na rua que aconteceu há alguns dias um desastre fui pego batendo em vermes vestidos de farda que tentaram me forçar a usar uniforme mas corri quando se distraiam com um cachorro que latia feito louco ali perto da esquina que estava jogado meus lindos quadros cheios de pássaros e que transmitiam uma imagem de paz que já não existe aqui desde que um cara veio pra cá espalhando medo com seus soldados armados que atiravam em quem não usasse seu uniforme e trabalhasse de escravo jogados no meio de grandes indústrias que poluíam tanto que nem os pássaros agüentaram e viraram pintura eu estava lá mas consegui fugir antes que me achassem pra me marcarem com um carimbo quente que queimava a pele como latas de conserva no supermercado eu já sabia que isso ia acontecer e corri muito deixando pra traz os sapatos velhos furados que já foi usado por um louco que nem sabia onde morava mesmo perto da esquina que corta a rua entrelaçada e pintada de verde que foi palco da destruição que aconteceu a alguns dias lá onde eu morri fuzilado pelas balas frias que vinham de todos os lados e atravessavam meu corpo e meus lindos quadros cheios de pássaros que transmitiam uma imagem de paz que infelizmente acabou mas quero que encontrem meus quadros e os levem pra bem longe onde não existe destruição e não existem caras que espalham medo com seus soldados armados quando estiver chegando tire a roupa e pule o penhasco segurando os quadros em que os pássaros voam livre no meio de tanta paz voe e seja levado pelo vento cheio de amor pra esse lugar que se chama não sei mais também não importa o que importa é que lá tudo é perfeito e especial depois disso estarei feliz mesmo sem viver essa paz junto a todos mas vivendo a paz em um lugar diferente cheio de anjos e vigiando todos de longe pra que ninguém seja machucado ou marcado com carimbo quente que queima a pele como latas de conserva no supermercado isso tudo á de acabar e a única coisa que vai fazer sentido é viver sem medo em algum lugar que um homem louco desesperado que me deu uns sapatos velhos e me falou pra pintar quadros lindos de pássaros que transmitiam uma imagem de paz mas ele nem sabia onde morava mesmo só sabia que era um lugar lindo e cheio de flores cor de rosa é onde quero que leve os quadros para onde eu fui tirar férias mas nunca realmente cheguei lá quero que solte os pássaros e deixe os voarem cheios de paz e livres para realizarem seus sonhos cheios de anjos que cuidam dos que morreram tentando libertar a paz que vive em pássaros pintados em quadros lindos que transmitem uma imagem de paz que nos faz lutar para finalmente sermos felizes voando e buscando nossos objetivos nessa vida que apesar de sofrermos seremos recompensados com uns sapatos velhos e uma pequena foto cortada ao meio tampando um anjo que sempre estará com vocês que terão algum significado no futuro e poderão mudar nossas vidas pra sempre as enchendo de paz, liberdade e muito amor...


Diêgo Garcia Silva, Degaba Mundo Oco (Algumas noites sem dormir)

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