segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sigur Rós - Með suð í eyrum við spilum endalaust




Acho essencial que o primeiro álbum a ser comentado seja do Sigur Rós. Existem vários motivos para que esta seja a abertura de comentários sobre música, um motivo é que o Sigur Rós seja minha banda favorita, outro que pretendo postar todos os álbuns da banda e futuramente sua biografia completa, mas isso é uma outra história.
Vamos ao álbum...

Með suð í eyrum við spilum endalaust ("com um zumbido em nossos ouvidos nós tocamos infinitamente” alguma coisa assim em português) é o quinto álbuns dos islandeses lançado em 23 de junho de 2008 em todo mundo e 24 de junho na América do Norte. Með suð í eyrum við spilum endalaust marca uma transição da banda que utiliza elementos que não são encontrados em outros registros como a ultima canção “All Alright” a primeira cantada em inglês, as outras músicas são cantadas em islandês e em "hopelandic" um idioma criado pelo vocalista Jónsi. Outro detalhe que chama a atenção neste registro é que contem as músicas mais alegres já lançadas pela banda que tem como característica a melancolia.
O álbum foi gravado em partes passando por New York, Londres, Reykjavík e ainda por Havana em Cuba.

Gobbledigook abre o álbum com uma explosão de alegria e simplicidade, lembra um pouco Animal Collective com seus violões e tambores que soam como um ritual, a canção consegue te transportar para algum lugar no meio do mato (como algumas comunidades de hippies dos anos 70) é como se saíssem libélulas pelos alto-falantes. O video pode ser conferido no link abaixo, mas não assustem com as bundas (kkk).

http://vimeo.com/3987450

Gobbledigook se despede dando lugar a Inní mér syngur vitleysingur que começa toda feliz com um toque de piano que se multiplica com a entrada do xilofone e dos instrumentos de cordas e sopro, timidamente a canção vai crescendo e explode no final quando todos os elementos se fundem.

Gódan daginn é pra mim uma das mais bonitas, com seu violão tímido a bateria lenta e o teclado que da um luxo a atmosfera da música, sem falar no vocal perfeito de Jónsi acompanhado por um coral que sussurra levemente ao fundo, perfeita canção para momentos íntimos (kkk).

Vid spilum endalaust apesar da letra meio intimista, é a canção que fecha o lado mais alegre do álbum, dando passagem para a épica Festival que abre a parte mais triste e melancólica, os teclados de Kjartan Sveinsson e a voz solitária de Jónsi se fundem deixando uma expressão bastante intimista até metade da faixa que na sua parte final com a entrada da bateria e cordas começa a se multiplicar até a explosão final.

Med sud í eyrum é uma das minhas favoritas do álbum, com um piano que hipnotiza e a bateria forte de Orri Páll Dýrason tomam conta de toda a faixa, acompanhados do falsete de Jónsi.

Ára bátur é uma pérola de 8:56, música perfeita para dias chuvosos quando nada acontece, só as lembranças nos circula, a faixa vai se levando pela voz e piano até a entrada da orquestra e o coral completando a beleza inexplicável transmitida.

Íllgresi é singela e bela, perfeita fusão da voz de Jónsi e um violão, alguns ruídos de cordas no fundo, simples, linda.

Em Fljótavík Jónsi mostra porque é dono de uma das mais belas vozes da música, acompanhado por um piano intimista e cordas que crescem aos poucos de maneira delicada.

Straumnes serve como um ponto de estática do disco é ela também que antecede a última e pra mim a mais triste do álbum, All Alright a única cantada em inglês, que fecha o álbum com uma sensação de dever cumprido. É difícil ver uma banda lançar álbuns que sempre são aclamados pela critica gerando tantas expectativas quanto os outros registros lançados, a prova de que isto é possível começou em 1997 com Von e tenho certeza que ainda vem muita coisa adiante. Með suð í eyrum við spilum endalaust é um álbum hora feliz, hora triste, cheio de sinceridade da banda que pra mim é a mais criativa e espetacular de todos os tempos. Qualquer comentário que seja feito sempre será insuficiente para descrever esta e outras obras primas do Sigur Rós.

Já que sou um humilde mortal para descrever coisas inexplicáveis deixo o silencio fechar este comentário.

Não indico que ouçam este álbum, mas que sintam cada sussurro, cada toque de piano, cada dedilhado de violão, e o deslizar do arco de violoncelo na guitarra de Jónsi. Sintam a música, vivam o “Sentimento Sonoro”.

Link para baixar:

http://www.4shared.com/file/w8dkvpV0/_2008__-_320kbps_-_Me_Su_I_Eyr.html

Diêgo Garcia Silva, Degaba Mundo Oco

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